Começa nesta sexta-feira(10) o I Seminário de Afirmação dos Povos Chiquitanos na Fronteira Brasil/Bolívia. Sediado em Cáceres, o evento tem como proposição ser um momento de discussão e proposição acerca de temáticas relacionadas a essa população.

Mais de 300 pessoas estão inscritas no evento, que conta ainda com participação de comitivas de populações chiquitanas presentes na região de Vila Bela da Santíssima Trindade; Porto Esperidião essa e da Bolívia. Esta última formada por 45 artistas da orquestra de cordas, coro, e de dança das comunidades de San Ignácio de Velasco, San José de Chiquitos, San Miguel, San Rafael e Santa Ana quefarã parte da programação cultural do evento.

O seminário é uma realização da Universidade do Estado de Mato Grosso, Unemat,em parceria com Ministério do Desenvolvimento Agrário(MDA), Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional(FASE) e da ong Juventude Organizada em Educação e Ação- JOEA.

Na noite de abertura, programada para as 20h00 desta sexta-feira, uma mística recepcionará os participantes. Representantes da Universidade,entidades parceiras e das lideranças das comunidades chiquitanas farão a solenidade de abertura do seminário.

No sábado(11),a partir das 8h00, na quadra de esporte do Colégio Imaculada Conceição(CIC), o docente da Universidade Católica de Cochabamba, Roberto Tomichá, apresentará o tema “História e Cultura Chiquitana”. Em seguida ,a mesa –redonda composta pelo Dr. Mario Lúcio Avelar, procurador da República no Estado de Mato Grosso, e por José Eduardo Moreira da Costa, da Fundação Nacional do Índio( Funai) discutirá a questão fundiária na fronteira Brasil/ Bolívia. A antropóloga Joana Silva Fernandes da Universidade Federal de Goiás(UFG) falará sobre o tema “Identidade chiquitana”.

A noite cultural, marcada para sábado na Praça Barão do Rio Branco, será uma oportunidade para o contato com as tradições chiquitanas representadas pelas manifestações artísticas e culturais como dança, música, artesanatos e culinária. Grupos culturais cacerenses também farão parte da programação configurando um espaço de intercâmbio artístico e cultural.

O domingo, dia do encerramento do evento, será dedicado aos espaços de reflexões que tratarão dos direitos dos povos chiquitanos enfocando o direito agrário, educação, saúde e outros. Estes serão abordados pelos representantes da Coordenação Nacional do Conselho Indigenista Missionário(Cimi) e da Procuradoria da República em Mato Grosso.

Cerca de 15 Grupos de Trabalhos(GT’S) sistematizarão os levantamentos das problemáticas , bem como alternativas e ações que deverão ser trabalhadas nas comunidades a partir do comprometimento das entidades governamentais e ong’s.Uma plenária será realizada para a apresentação dos trabalhos . Além dos membros das comunidades chiquitanas, também farão parte da plenária, antropólogos, profissionais ligados à área da lingüística, Funai, Funasa, Incra e da entidade jesuítica “Fé e Alegria”, que auxiliarão na atividade.

Uma mesa composta pelos representantes dos órgãos públicos como Funai, Incra, Funasa e Universidade simbolizará os compromissos firmados com as populações chiquitanas.

O último dia do evento acontece simultaneamente ao Seminário de Desenvolvimento Sustentável dos Povos Tradicionais da Fronteira /Pantanal que trará na sua programação a palestra com o secretário de Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Gilney Viana

O encerramento do evento fica a cargo das lideranças chiquitanas. Cerca de 20 entidades entre ongs, organismos governamentais, instituições religiosas, ambientais e dos direitos humanos são apoiadores da iniciativa.

Elaine Tortorelli- Assecom- Unemat

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